CURIOSIDADES | Uma breve história da invenção da Fotografia.

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Para inaugurar a sessão de curiosidades do blog, decidimos falar brevemente sobre a história da fotografia. Nossa intenção ao escrever este artigo não é a de criar um texto minucioso sobre o assunto, mas sim, fazer uma breve leitura, uma viagem desde os primórdios da historia, pontuando os fatos mais relevantes acerca desta arte que tanta nos fascina.

A história da fotografia, com certeza, não caberia em um único livro, tão pouco em um artigo. Esta história pode ser contada a partir das experiências executadas por químicos e alquimistas desde a mais remota antiguidade. Por volta do ano 350 a.C., aproximadamente na época em que viveu Aristóteles na Grécia antiga, já era conhecido o fenômeno da produção de imagens pela passagem da luz através de pequenos orifícios. Sentado sob uma árvore, Aristóteles observou a imagem do sol durante um eclipse parcial, projetando-se no solo em forma de meia lua quando seus raios passarem por um pequeno orifício entre as folhas.

A fotografia não tem um único inventor. Ela é uma síntese de várias observações e inventos ao longo da história em momentos distintos. A primeira descoberta importante para a fotografia foi a "câmara obscura". O conhecimento de seus princípios óticos é atribuído a Aristóteles, e seu uso para observação de eclipses e ajuda ao desenho, a Giovanni Baptista Della Porta, que viveu nos anos de 1535 a 1615. Antes de Giovanni, no século XIV o uso da câmara obscura era indicada como auxílio ao desenho e à pintura. Leonardo da Vinci fez uma descrição da câmara obscura em seu livro de notas, embora este não tenha sido publicado até 1797.

Giovanni Baptista Della Porta descreveu em 1558 seus experimentos com a câmara. Sua câmara era um quarto fechado à luz, possuía um orifício de um lado e a parede à sua frente pintada de branco. Quando um objeto era posto diante do orifício, do lado de fora do compartimento, sua imagem era projetada invertida sobre a parede branca. Em 1550 o físico milanês Girolamo Cardano conseguiu melhorar a qualidade da imagem projetada usando uma lente biconvexa junto ao orifício, permitindo desse modo aumentá-lo, para se obter uma imagem clara sem perder a nitidez.

Por outro lado, em 1525 já se conhecia o escurecimento de sais de prata pela luz, o que mais tarde permitiu criar o que hoje conhecemos como filme negativo. No ano de 1604 o físico-químico italiano Ângelo Sala estudou o escurecimento de alguns compostos de prata pela exposição à luz do Sol. Até então, se conhecia o processo de escurecimento e de formação de imagens efêmeras sobre uma película destes sais com pouca duração. Em 1725, Johann Henrich Schulze, professor de medicina na Universidade de Aldorf, na Alemanha, conseguiu uma projeção e uma imagem impressa na película com uma duração de tempo maior, porém não conseguiu detectar o porquê do aumento do tempo. Continuando suas experiências, Schulze colocou à exposição da luz do sol um frasco contendo nitrato de prata, examinando-o algum tempo depois, percebeu que a parte da solução atingida pela luz solar tornou-se de coloração violeta escura. Notou também, que o restante da mistura continuava com a cor esbranquiçada original. Continuando, colocou papel carbono no frasco e o expôs ao sol, depois de certo tempo, ao remover os carbonos, observou delineados pelos sedimentos escurecidos padrões esbranquiçados, que eram as silhuetas em negativo das tiras opacas do papel. Schulze estava em dúvida se a alteração era devida à luz do sol, ou ao calor. Para confirmar se era pelo calor, refez a mesma experiência dentro de um forno, percebendo que não houve alteração. Concluiu então, que era a presença da luz que provocava a mudança. Continuando suas experiências, acabou por constatar que a luz de seu quarto era suficientemente forte para escurecer as silhuetas no mesmo tom dos sedimentos que as delineavam. O químico sueco Carl Wilhelm Scheele, em 1777, também comprovou o enegrecimento dos sais devido à ação da luz.

Thomas Wedgwood realizou no início do século XIX experimentos semelhantes. Expos à luz do sol algumas folhas de árvores e asas de insetos sobre papel e couro branco sensibilizados com prata. Conseguiu silhuetas em negativo e tentou de diversas maneiras torná-las permanentes. Porém, não tinha como interromper o processo, a luz continuava a enegrecer as imagens. Porém, o francês Joseph-Nicéphore Niépce, em 1817, obteve imagens com cloreto de prata sobre papel. Em 1822, conseguiu fixar uma imagem pouco contrastada sobre uma placa metálica, utilizando nas partes claras betume-da-judéia, este ficou insolúvel sob a ação da luz, e as sombras na base metálica. A primeira fotografia conseguida no mundo foi tirada no verão de 1826, da janela da casa de Niepce, e encontra-se preservada até hoje.

William Henry Fox Talbot lançou, em 1841, o calótipo, processo mais eficiente de fixar imagens. O papel impregnado de iodeto de prata era exposto à luz numa câmara escura, a imagem era revelada com ácido gálico e fixada com tiossulfato de sódio. Resultando num negativo, que era impregnado de óleo até tornar-se transparente. O positivo se fazia por contato com papel sensibilizado, processo utilizado até os dias de hoje. O calótipo foi a primeira fase na linha de desenvolvimento da fotografia moderna.

Frederick Scott Archer inventou em 1851 a emulsão de colódio úmida. Era uma solução de piroxilina em éter e álcool, adicionava um iodeto solúvel, com certa quantidade de brometo, e cobria uma placa de vidro com o preparado. Na câmara escura, o colódio iodizado, imerso em banho de prata, formava iodeto de prata com excesso de nitrato. Ainda úmida, a placa era exposta à luz na câmara, revelada por imersão em pirogalol com ácido acético e fixada com tiossulfato de sódio. Em 1864, o processo foi aperfeiçoado e passou-se a produzir uma emulsão seca de brometo de prata em colódio. Em 1871, Richard Leach Maddox fabricou as primeiras placas secas com gelatina em lugar de colódio. Em 1874, as emulsões passaram a ser lavadas em água corrente, para eliminar sais residuais e preservar as placas.

Um fato interessante é a descoberta isolada da fotografia no Brasil por Hercules Florence em que em 1832. Florence, em 1830, diante da necessidade de uma oficina impressora e totalmente isolado e sem conhecimento do que realizavam seus contemporâneos europeus, inventou seu próprio meio de impressão, o POLYGRAPHIE, como ele a chamou. Seguindo a ideia de um sistema de reprodução, pesquisou a possibilidade de se reproduzir uma imagem usando a luz do sol e descobriu um processo fotográfico. Em 1833, Florence fotografou através da câmara escura com uma chapa de vidro e usou um papel sensibilizado para a impressão por contato.

A história continua. Muita coisa aconteceu desde então e merece ser contada. Mas por hora, encerramos por aqui. No próximo artigo da sessão curiosidades continuaremos a contar a historia da fotografia, falaremos sobre a história da fotografia no Brasil.


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