Dicas | Como driblar o dia nublado

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FAÇA-SE O SOL

Dicas de como driblar o dia nublado, criando-se sol de verão com um pouco de criatividade
Texto João Américo



Na fotografia de Moda e de Publicidade, em geral, muitas vezes nos deparamos com um problema: antecipar o que será uma tendência em um momento futuro. Um caso típico é o desafio de se fazer uma campanha de verão – em uma locação externa – quando se está na primavera chuvosa e nublada. 

Em um dos primeiros editoriais que fotografei, passei por pleno novembro de dia nublado com chuvas. Para tal, temos que nos ater às características de luz que encontramos no dia da foto, é claro, às características que desejamos obter visualmente no resultado final. 

A luz de um dia nublado (luz que tínhamos para o editorial de moda) é fria, difusa, não produzindo sombra marcada e ilumina, uniformemente, as pessoas e objetos em cena. A luz de um dia de verão é quente, pontual, com sombra marcada, projetada, com transições duras/precisas das áreas de luz e sombra nas pessoas e objetos em cena. 

Para fazer uma sombra bem definida, marcada e pontual na modelo (projetando uma sombra da modelo bem definida no chão). Utilizei um flash speedlight (flash de satapa) diretamente, sem modificador de luz algum, disparado por radioflash e posicionado ao alto no topo de um tripé. Por ser uma fonte de luz pontual a uma distância de mais de três metros, uma vez que sua área de emissão de luz é pequena/pontual quando comparado ao motivo iluminado, a boca do flash speedlight fará a sombra desejada, como se fosse a luz pontual do sol em dias de céu limpo. 

Utilizei a luz proveniente do speedlight com luz principal, fazendo com que a luz do sol, difusa por ação das nuvens que a encobriam naquele dia nublado, agisse como luz de preenchimento. 

Muitos poderiam não acreditar que um flash de sapata conseguiria ter potência suficiente para tal feito, mas devemos lembrar que a luz do sol cai drasticamente em dias nublados, abrindo margem para essa possibilidade. 

Como foi um editorial realicado em uma tarde apenas, mesmo com o dia completamente nublado, a maior parte do tempo houve algumas variações da qualidade da luz 

A segunda diferença na qual eu tive que encarar para transformar um dia nublado em dia de sol de verão, é a temperatura da cor. Como eu tinha interesse em obter uma forma aproximada das cores do verão já na foto capturada, alterei a temperatura de cor já na própria câmera. Ao invés de eu colocar a temperatura de cor no automático - , propositalmente ajustei a câmera para uma temperatura de cor consideravelmente maior que a corretamente medida, de modo a esquentar a imagem obtida. Esse mesmo efeito poderia ser obtido com ajustes posteriores na temperatura da cor, caso a imagem fosse capturada em arquivo RAW. 

Como foi um editorial realizado em uma tarde apenas, mesmo com o dia completamente nublado, a maior parte do tempo houve algumas variações da qualidade da luz. Para adequá-las ao resultado final que pretendia obter, fui ajustando os parâmetros mencionados (temperatura de cor, e potencia do flash em relação à luz do sol). 

Ao final do dia o sol já sequer aparecia no horizonte. Assim, trabalhei com a luz do sol poente refletida nas nuvens como luz de preenchimento e como o speedlight em potência bem fraca, como luz principal. Para o efeito de que a modelo tentava tapar o sol forte no rosto, dirigi a modelo no sentido de apontar seu rosto para o flash, mas tampando sua visão do mesmo com a mão esquerda. Desse modo, a modelo taparia de seus olhos a luz do flash (nosso suposto sol) quando o mesmo disparasse registrando a imagem seguinte. 

Com os demais ajustes (temperatura de cor, contraste, brilho...), a imagem desejada pôde ser obtida, mesmo sob as condições não ideias. 



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Fonte: Revista PHOTOS & IMAGENS - n94 – Editora PHOTOS

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